setembro 14, 2024 Por André Angelo 15

VIGILÂNCIA SANITÁRIA DO DF, QUASE FECHANDO AS PORTAS, POR FALTA DE AUDITORES

Uma das notícias que se destacou na imprensa, nesta semana, aqui no DF, foi a interdição da praça de alimentação do Park Shopping.

Relatórios apontam para as péssimas condições sanitárias do local que, culminou na interdição.

Também, foi fato de grande destaque a morte de um paciente, em São Paulo, após procedimento estético, numa “clínica de estética”, de propriedade de uma “famosinha”.

A dita profissional que fez a aplicação do peeling de fenol, que levou o jovem paciente a óbito, não tinha formação e nem qualquer capacitação ou especialização para realizar o procedimento.

Situações como essas, que chamam a atenção da grande mídia, são apenas amostras da importância do trabalho da Vigilância Sanitária.

No caso da “influencer”, que se fazia passar por esteticista, o estabelecimento não tinha licença sanitária.

A situação dos quadros de profissionais auditores, da Vigilância Sanitária no Distrito Federal é caótica.
São 30 anos sem novas admissões de profissionais. O último concurso realizado foi em 1993, com nomeações de quase 400 auditores (naquela época eram fiscais de inspeção sanitária), para uma população estimada em 1,6 milhão de habitantes.

Atualmente, o Distrito Federal tem quase 3 milhões de habitantes e, pasmem, apenas 89 auditores em atividade. Praticamente todos já estão em abono permanencia, ou seja, aptos a se aposentarem.

Segundo uma auditora que não quer se identificar, os profissionais estão a ponto de pedirem aposentadoria coletiva, porque não suportam a sobrecarga de trabalho e, a frustração de verem uma unidade tão essencial, relegada ao esquecimento.

Existem 242 concursados para o cargo de Auditor de Vigilância Sanitária, aptos a serem nomeados, todos com curso de formação realizado.
O curso foi finalizado há exatamente um ano, sem qualquer sinalização do Governo para nomear.

Outro auditor, que também pede reserva da sua identidade, alega que tem conhecimento sobre o processo de nomeação que está na Secretaria de Economia, segundo ele “o processo está redondo, inclusive, usando fontes federais que vem para a Vigilância, para custear as nomeações dos profissionais. Porém, o que se comenta é que depende do humor do Secretário de Economia e do Governador!”. E, conclui “é revoltante ver o desmonte da saúde pública, da Vigilância Sanitária e nenhum órgão de controle faz nada!”.

Nas palavras dos auditores consultados pelo FALA COMUNIDADE, tem regiões administrativas sem nenhum auditor, ou seja, não há fiscalização recorrente em clínicas, consultórios, estabelecimento de saúde e do ramo da alimentação, farmácias e etc.

Outras regiões com grande população e vasto comércio, como Samambaia, Águas Claras, dentre outras, conta com apenas um auditor para atender toda a demanda.

Dessa forma, os auditores estão atuando principalmente nas demandas de ouvidoria, sem condições de darem seguimento aos programas rotineiros de inspeção.

E, não é só na área de saúde que a Vigilância Sanitária tem papel importante. Também no desenvolvimento da capital, uma vez que, algumas atividades econômicas precisam do Licenciamento Sanitário para funcionar. Hoje, há milhares de solicitações no órgão, aguardando para serem atendidas.

É urgente que o Governo, determine essas nomeações. Com o surto de doenças gastrointestinais que lotam os hospitais, é imperativo que os programas de segurança alimentar da Vigilância sejam reforçados. Quem investe em Vigilância, economiza em internação!

E, se voce, leitora e leitor do FALA COMUNIDADE, tem o hábito de frequentar clínicas de estética e outros estabelecimentos de saúde, não esqueça de verificar se a Licença do estabelecimento está atualizada! Não se arrisque!

Vejam abaixo, o desabafo da concursada que aguarda sua nomeação, na Comissão Geral da CLDF, no dia 12/09/2024: