Secretaria de Saúde do DF promete melhorias no atendimento pediátrico
Secretária de Saúde apresenta ações e recebe sugestões de médicos pediatras em encontro no Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), detalhou iniciativas para melhoria do atendimento
Reforço de equipes, inovações de gestão, uso de tecnologia, melhoria na segurança e ampliação da vacinação. Essas foram as principais iniciativas da Secretaria de Saúde do Distrito Federal apresentadas nesta terça-feira (18) pela gestora da pasta, Lucilene Florêncio, durante encontro com profissionais realizado pelo Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF).
Um dos destaques foi o anúncio de que o Hospital da Região Leste (HRL), localizado no Paranoá, vai reforçar o atendimento pediátrico de emergência com o uso da telemedicina. Em uma parceria com o Hospital da Criança de Brasília, seis médicas farão de maneira remota o atendimento de crianças, a partir de dados fornecidos pelos servidores do HRL. “É um ponto a mais para ajuda aos pediatras de plantão”, resumiu a gestora.
Lucilene Florêncio explicou que em 2023 o período sazonal de aumento do número de casos de doenças respiratórias se revelou mais intenso do que a média histórica, além de ter começado antes. “Ao contrário de todos os anos, ele chegou no mês de novembro”, comentou. A expectativa é a de uma melhoria no quadro epidemiológico em junho.
Atendimento mais rápido
Para fazer frente à situação de anormalidade, foram adotadas as “rotas rápidas” para atendimento nos hospitais regionais de Ceilândia, Guará, Taguatinga, Brazlândia e Paranoá, além do Hospital Materno-Infantil de Brasília (HMIB). Na prática, ampliou-se a capacidade de atendimento e reduziu-se o tempo de espera. “A rota rápida diminuiu a concorrência entre a criança grave e o paciente sem gravidade”, explicou. Na região central do DF, pacientes do HMIB classificados como “verde”, por exemplo, têm sido encaminhados para unidades básicas de saúde a fim de priorizar os casos graves nas emergências dos hospitais.
Seja no HMIB ou nos hospitais regionais, o destaque é a aplicação do palivizumabe, medicação para reduzir a mortalidade e evitar complicações respiratórias em crianças de até 2 anos. O DF, inclusive, oferece o palivizumabe para um público maior que o preconizado pelo Ministério da Saúde, com proteção adicional para prematuros.
A secretária de Saúde acrescentou ainda entre a lista de ações os novos contratos regulares de manutenção que garantem o funcionamento adequado das unidades hospitalares de unidades básicas, dentre outras. No Hospital Regional de Taguatinga, por exemplo, toda a UTI foi readequada, com melhorias desde a pintura até as redes de gases. Adicionalmente, foi ampliada a oferta de leitos por meio dos contratos, como o do Hospital da Criança de Brasília, que agora oferece dez leitos adicionais de UTI pediátrica. Nesse período das doenças sazonais, as unidades de pronto atendimento de São Sebastião e Recanto das Emas também passaram a atender crianças.
Em todos esses locais, houve também reforço nos protocolos de segurança. Nas pediatrias, por exemplo, são agora pelo menos dois profissionais.
Contratações
A Secretária de Saúde reconheceu que o reforço das equipes é um desafio nacional, inclusive no setor privado. O Governo do Distrito Federal, por exemplo, fez o chamamento de 16 médicos neonatologias, porém apenas quatro tomaram posse como servidores. No caso de médicos de família e de comunidade, houve adesão de 42 profissionais para um chamamento de mais de 70 vagas. Há desafios também em outras áreas.
Neste cenário, são tomadas medidas para suprir a carência de servidores. Os pediatras atualmente na pasta que pediram para ampliar a carga horária de 20 horas para 40 horas devem ser atendidos, em uma autorização que deve ultrapassar 500 servidores, de diversas carreiras. Também serão realizadas seleções para vagas temporárias e buscadas novas formas para contratação.
Enquanto isso, há investimentos também em capacitação. “Só neste ano, foram feitos 700 treinamentos na atenção primária sobre doenças respiratórias na primeira infância”, revelou Lucilene Florêncio.
Gestão
Em paralelo, a secretária de Saúde conduz iniciativas para melhorar a gestão tanto em nível interno quanto no relacionamento institucional. Por exemplo: o Distrito Federal passou a ter um Centro de Operações de Emergências Pediátricas (Coep) para avaliar novas estratégias no enfrentamento das doenças respiratórias da infância e a ampliação dos serviços de atendimento às crianças. “As decisões são tomadas de maneira colegiada, de maneira democrática e respeitosa”, afirmou a gestora. O diálogo também está aberto com instituições externas, como o próprio SindMédico-DF, órgãos de controle, poder legislativo e a sociedade civil.
Em relação ao Ministério da Saúde, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal trabalha para que os dados locais passem a ser considerados de acordo com a realidade específica das Regiões Administrativas, e não como se tudo representasse uma única realidade. “A nossa vulnerabilidade não é vista pelo Governo Federal”, explicou Lucilene Florêncio.
Vacinação
No encontro no SindMédico-DF, a Secretária de Saúde destacou que o Distrito Federal ocupa a 2ª colocação no ranking de estados para a vacinação da versão bivalente do imunizante contra a covid-19 e 3º em influenza. “Isso é fruto de busca ativa e de recobrar a importância da vacinação”, comemorou. Lucilene Florêncio lembrou ainda que o DF teve a iniciativa de adiantar a campanha da influenza para crianças, com ações extra-muros em escolas e creches.
Informações SESDF.