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Rede pública de saúde do DF oferece tratamento da doença falciforme com equipe multidisciplinar

Teste do pezinho é essencial para identificar a doença logo no nascimento. DF oferece o teste ampliado que identifica até 62 doenças

O teste do pezinho é essencial para mapear mais de 62 doenças, incluindo o diagnóstico da doença falciforme, o que garante que a criança receba acompanhamento adequado desde o nascimento. Foto: Breno Esaki/Arquivo/Agência Saúde-DF

Aos 17 anos de idade, Leidiane Cintra, 23, descobriu que tinha traços da doença falciforme, quando um tio ficou gravemente doente. A enfermidade mobilizou a família, pois a condição é genética, e todos foram orientados a realizar exames para verificar a presença do traço falciforme. Desde então, Leidiane e sua mãe, que também foi diagnosticada com a doença, recebem tratamento no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Os núcleos de hematologia e hemoterapia do Hran, do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), do Gama (HRG), de Sobradinho (HRS) e de Taguatinga (HRT) acompanham pacientes adultos acometidos por essa doença.

Após o diagnóstico, Leidiane foi encaminhada para realizar uma série de exames adicionais para determinar a extensão da sua condição. O tratamento é realizado por equipe multidisciplinar especializada e envolve o uso de medicamentos, como a hidroxiureia, transfusão de sangue e, em alguns casos, transplante de medula óssea. A estimativa é que haja nove recém-nascidos com doença falciforme para cada dez mil nascidos vivos por ano no Distrito Federal.

O teste do pezinho é essencial para mapear mais de 62 doenças, incluindo o diagnóstico da doença falciforme, o que garante que a criança receba acompanhamento adequado desde o nascimento. Foto: Breno Esaki/Arquivo/Agência Saúde-DF

“Antes do diagnóstico completo, eu tinha muito receio de ser limitada em algo, mas não, até sangue posso doar. A única ressalva é que, quando eu quiser ter filhos, se o meu companheiro também tiver traço da doença, podemos ter algumas complicações”, explica Leidiane.

Após o nascimento podem surgir sintomas que persistem ao longo da vida da pessoa, afetando quase todos os órgãos e sistemas em graus variados. Entre os sinais estão crises de dor e infecções generalizadas, icterícia, anemia, síndromes mão-pé e torácica aguda, acidente vascular encefálico, priapismo, complicações renais e oculares.

Diagnóstico precoce

A Referência Técnica Distrital de Hematologia (RTD) da Secretaria de Saúde (SES-DF), Nina de Oliveira, explica que o teste do pezinho é essencial para mapear mais de 62 doenças, incluindo o diagnóstico da doença falciforme. “Esse exame é fundamental para detectar condições genéticas e metabólicas desde o nascimento, o que possibilita intervenções precoces que podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes”, afirma. A especialista destaca que, se alguém da família apresentar o traço falciforme, é essencial que todos os demais familiares, incluindo o parceiro, façam o exame de eletroforese de hemoglobina. “Duas pessoas com o traço falciforme têm 25% de chance de ter um filho com a doença.”

Desde o ano passado (2023), a doença falciforme tem notificação obrigatória nos serviços de saúde públicos ou privados em todo o Brasil. A hematologista da SES-DF reforça que o diagnóstico precoce garante que a criança receba acompanhamento adequado desde o seu nascimento, prevenindo complicações graves. “Aqui em Brasília, todos os casos são acompanhados pelo Hospital da Criança até os 18 anos”, conclui.

Entre 2014 e 2020, dados do Sistema Único de Saúde (SUS) apontam que a taxa de incidência de doença falciforme no Brasil foi de 3,75 casos a cada 10 mil nascidos vivos. De 2015 a 2019, a maioria dos óbitos ocorreu entre pessoas pardas ou negras (78,6%), com uma predominância entre mulheres (52,2%).

Desde 2005, a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias (PNAIPDF) estabeleceu cerca de 150 tipos de serviços de atenção ambulatorial especializada no âmbito do SUS. Esses serviços oferecem tratamento curativo, medicamentos, exames de sangue e imagem, além de consultas médicas.

Secretaria de Saúde do Distrito Federal | Assessoria de Comunicação

André Angelo

Gestor público, servidor na Secretaria de Estado Saúde do DF, líder comunitário.

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